A Hora do Adeus

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Aqueles que partiram para outro plano são homenageados, há muitos séculos, no dia 2 de novembro. Acredita-se que os rituais de despedida ajudam a superar a perda dos entes queridos. A data foi criada pelo abade francês Odilo de Cluny que, por volta do ano 1030, nomeou a efeméride de Dia de Todas as Almas, a fim de ser dedicada a que se rezasse pelos mortos. Mas foi só em 1915, segundo informações do Vaticano, que o papa Bento XV permitiu que os sacerdotes celebrassem missas pelos mortos.

Em alguns lugares do continente americano o Dia dos Mortos é uma expressão cultural das mais importantes, além de atração turística, como é o caso do México, onde são realizados festivais, classificados como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) desde 2008.

No Brasil, o costume de celebrar os entes queridos chegou com os portugueses, na colonização. Por anos, a prática foi realizar os enterros – e visitas – nas igrejas porque, segundo as crenças do período, era uma forma de deixá-los mais próximos de Deus e da salvação. Também denotava status social, porque quanto mais rico, mais próximo do altar ficavam. Aos pobres e escravos, o ‘espaço guardado’ era o entorno da Casa de Deus. 

Depois, por medidas sanitárias, criaram os cemitérios, onde hoje são homenageados aqueles que partiram. A data virou feriado no país do por lei de 2002 e é o dia de realização de missas solenes em igrejas católicas e de grande movimentação nos arredores dos túmulos. Em Juazeiro do Norte, no Ceará, há até a Romaria de Finados, que tem início em outubro e finaliza no início de novembro.

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