Missionária lutou para defender a floresta brasileira e os trabalhadores

A missionária Dorothy Stang não nasceu no Brasil, mas defendeu a floresta brasileira como se fosse daqui – tanto que ganhou cidadania. A irmã, como era chamada, é natural de Ohio, dos Estados Unidos, e chegou no país em 1966, na cidade de Coroatá, no Maranhão. Tempos depois foi para a região do Xingu, na Amazônia, onde passou a defender o direito de terra para os camponeses, atuando como agente do CPT (Comissão Pastoral da Terra) e também ajudou na confecção de projetos para defender a floresta. Era, portanto, defensora da reforma agrária, sustentabilidade e defesa do meio ambiente.

Com a ideia de intermediar conflitos fundiários, ficou sempre do lado dos trabalhadores. Buscava a geração de empregos e atuava ativamente nos movimentos sociais do Pará. Entre as inúmeras iniciativas importantes as quais participou está a fundação da primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica, a Escola Brasil Grande. Durante todo o período que agiu como missionária em defesa dos menos favorecidos, sofreu ameaças de morte, principalmente de madeireiros e proprietários de terra, mas nunca se intimidou.

Em 2004 recebeu a premiação da Ordem dos Advogados do Brasil (da secção do Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos. Também foi homenageada pelo documentário livro Amazônia Revelada.

Aos 73 anos de idade, em 2005, depois de uma vida dedicada aos outros e ao meio ambiente, Dorothy foi assassinada com seis tiros, a 53 quilômetros do município onde vivia, no Pará. Testemunhas disseram que os assassinos perguntaram se ela estaria armada, que respondeu, mostrando a Bíblia: ‘Esta é minha arma’. A missionária está enterrada em Anapu, território brasileiro que adotou como sendo seu.