Estátuas que celebram os ‘protagonistas’ da independência sofrem com vandalismo

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Feitos com o intuito de perpetuar a memória local ou a trajetória de um personagem histórico, o monumento é um símbolo importante. E no Brasil, assim como em qualquer outro país, o que não falta é homenageado espalhado pelos quatro cantos do país. Os personagens da independência, inclusive, têm seus lugares de destaque no panteão dos exaltados, inclusive figuras como o Dom Pedro I, II e José Bonifácio de Andrada e Silva. 

O fato de serem ‘famosos’, no entanto, não os deixa imunes à revisão histórica de suas trajetórias – como é o caso dos bandeirantes – e também de ações de vandalismo. Recentemente, uma estátua de Pedro I, reinaugurada em ocasião do bicentenário da emancipação brasileira, que está na Praça Tiradentes, teve algumas peças furtadas. Entre elas estão a ponteira do gradil e as estrelas, confeccionadas em metal fundido. Nela, que é a primeira escultura pública do país e foi feita na França, o imperador está em cima de um cavalo e segura, na mão direita, o Manifesto às Nações.

Em 2018, a estátua de Dom Pedro II, que fica em frente ao Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, também no Rio, foi pichada. De bronze, a peça foi inaugurada em 1925, ano em que se comemorou o centenário do imperador. O autor do ato foi preso em flagrante. 

O Patriarca da Independência, que tem estátuas tanto no Rio quanto em São Paulo, também não passou ileso. A sua figura em bronze que está em solo carioca, que fica no Largo de São Francisco, no centro, foi alvo de pichação e depredação no ano passado. O braço direito da estátua, feita pelo escultor francês Louis Rochet, foi decepado. O monumento foi para o local na ocasião do cinquentenário da independência, em 1872.

Restauro caro

O fato destes monumentos históricos serem vandalizados não quer dizer que quem pratica a ação queira atacar a personalidade homenageada. Na verdade, muitos nem sabem quem são. O que chama atenção é o material utilizado, inclusive o bronze, que vira uma fonte de renda – geralmente vendido em ferro-velho ilegal – e a facilidade de ser furtado, porque geralmente a peça é oca. Segundo o UOL Educação, estima-se que a cidade do Rio gaste por ano cerca de R$ 700 mil para limpar as pichações em monumentos e R$ 200 mil para repor peças de obras ou placas.

(Miriam Gimenes/Agenda Bonifácio)

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