Zumbi dos Palmares
O maior líder negro da história do Brasil

Considerado o maior líder negro da história do Brasil, Zumbi (1655-1695) foi o último comandante do Quilombo de Palmares (1597-1694), o maior e mais duradouro quilombo da época colonial. Encravado numa área de difícil acesso no alto da Serra da Barriga, na então província de Pernambuco (hoje a região pertence a Alagoas), o Quilombo dos Palmares era formado por 18 mocambos (pequenas aldeias) que atraía escravos fugitivos dos engenhos, índios e mestiços, chegando a reunir cerca de 20 mil pessoas.
Ao longo de quase um século, o Quilombo resistiu a expedições militares de holandeses e portugueses. A falta de registros históricos confiáveis, porém, impede de se conhecer a trajetória de vida de Zumbi. Sabe-se que ele teria nascido livre no quilombo em 1655. Uma das versões, que passou a ser contestada por historiadores por falta de evidências, é a de que ele teria sido sequestrado na infância, durante um ataque a Palmares, e entregue como escravo a um padre. Alfabetizado em português e latim, Zumbi teria fugido na adolescência e retornado ao quilombo. Até mesmo a versão de que ele depois teria se casado com a guerreira negra Dandara, com quem teve três filhos, é colocada em dúvida.
O fato comprovado é que Zumbi assumiu o comando do quilombo em 1678, após se desentender com o líder Ganga Zumba – que teria aceitado, sob coação, uma oferta das autoridades portuguesas para pôr fim ao quilombo, com a promessa de que os negros nascidos em Palmares continuariam livres e transferidos para outra região, mas os fugidos seriam escravizados. Ganga Zumba foi morto por envenenamento. O bandeirante Domingos Jorge Velho foi contratado pela Coroa para destruir o quilombo. A operação, com uso até de canhões, envolveu cerca de 9 mil homens. Zumbi conseguiu escapar, escondendo-se por mais de ano na Serra Dois Irmãos. Um aliado, preso e torturado, revelou onde o líder negro estava. Emboscado, Zumbi foi morto e ainda teve sua cabeça decepada e exposta em Recife. No século XX, a data de sua morte — em 20 de novembro de 1695 — passou a ser homenageada como o Dia da Consciência Negra, feriado em vários estados brasileiros.