Maria Firmina dos Reis
Primeira romancista negra do Brasil

Na primeira metade do século 19, em 1822 – ano da independência do Brasil, nasceu em São Luiz, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis, filha da escravizada alforriada Leonor Felipa dos Reis e de João Pedro Esteves, um homem de posses. Ficou órfã aos 5 anos de idade, foi criada por uma tia na Vila de São José de Guimarães, onde teve o primeiro contato com os livros. Lá se formou professora – anos depois foi responsável pela criação da primeira escola mista de seu estado e uma das pioneiras no país.
Maria Firmina também foi escritora, musicista e a sua principal obra, Úrsula, publicada em 1859, deu início à temática abolicionista na literatura do país. E alcançou outra marca: é o primeiro romance publicado por uma mulher negra em todos os países de Língua Portuguesa. Na publicação, Maria Firmina denuncia o cenário desigual vivido pelos escravizados e as mulheres de sua época.
A partir dele começou a escrever para jornais, onde publicava seus poemas. Também fez novela, contos e composições musicais. Morreu em novembro de 1917, quase centenária, já cega e sem quase nenhum recurso – a imagem de seu rosto usada para ilustrações é uma ideia de como era, porque não há nenhum registro.
Sua obra foi redescoberta em um sebo no Rio de Janeiro, em 1962, pelo historiador paraibano Horácio de Almeida. No ano de seu centenário, 2017, teve suas obras relançadas e este ano é a autora homenageada da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), que ocorre em novembro. Também por sua causa, em seu aniversário, 11 de março, é comemorado o Dia da Mulher Maranhense.