Luiz Gama

De escravo a líder abolicionista

O jornalista e escritor baiano Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) foi um dos principais nomes do movimento abolicionista e do jornalismo brasileiro do século 19. Mesmo sendo filho de pai branco e de mãe negra livre, Luiz Gama (como ficou conhecido) foi feito escravo aos 10 anos e, até os 17, permaneceu analfabeto. Obteve a liberdade por via judicial, passando a atuar na advocacia para libertar escravizados. 

Aos 29 anos, Luiz Gama já era conhecido como um dos pioneiros do jornalismo satírico de São Paulo, onde viveu boa parte de sua vida. Fundador de periódicos, incluindo o primeiro semanário ilustrado da cidade de São Paulo, em parceria com Angelo Agostini, o Diabo Coxo, em 1864, Gama foi colaborador de diversos jornais (incluindo a Província de São Paulo, atual O Estado de S. Paulo), muitas vezes usando o pseudônimo Barrabrás, numa referência ao bairro do Brás, onde morava. Foi um dos principais poetas do Romantismo (seu poema “Meus Amores” foi um dos primeiros da literatura brasileira a exaltar a beleza da mulher negra), maçom e um dos fundadores do Partido Republicano. 

Mas foi no movimento abolicionista que Gama se destacou, atuando ao lado de intelectuais negros, como Ferreira de Menezes, José do Patrocínio, André Rebouças e Machado de Assis, que fizeram seus textos serem replicados nos jornais da Corte. Luiz Gama morreu aos 52 anos, por complicações da diabetes. Teve seu caixão carregado por cerca de 4 mil pessoas pelas ruas de São Paulo, desde sua residência, no Brás, até o Cemitério da Consolação. 

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