Bento Gonçalves
Líder da Revolução Farroupilha

O ano era 1835 e o Rio Grande do Sul assistia ao início da revolta civil mais longa da história do Brasil: a Farroupilha, que teve início em 20 de setembro – tempos depois conclamado Dia do Gaúcho. Um grupo, liderado pelo comandante da Guarda Nacional local, Bento Gonçalves, tinha por intenção proclamar a independência da província sul-grandense.
Para contar essa história vale a pena voltar a uns anos antes, em 1931, quando Dom Pedro I abdicou do trono e foi embora para Portugal. A ação aguçou o anseio das províncias por autonomia, inclusive no Rio Grande do Sul. Havia tempo os impostos cobrados pela coroa não agradavam os fazendeiros gaúchos, que incentivaram a revolta.
O descontentamento foi crescendo e, em 1934, Bento Gonçalves foi denunciado como rebelde e acusado de planejar tentar separar o Rio Grande do Império, com o apoio do uruguaio Lavalleja. A corte o chamou para dar explicações, ele se defendeu diante do ministro da Guerra e foi recebido como herói no regresso à província.
A confiança no seu comando militar, no entanto, ficou abalada – ainda que não houvesse provas contra ele – e Gonçalves acabou sendo destituído do comando pelos conservadores, o que ocasionou o estopim para revolta.
Conseguiu travar as primeiras lutas, mas no mês seguinte, contra as tropas regenciais, foi derrotado, preso e levado para o Rio de Janeiro, onde chegou a receber a visita do militar italiano Giuseppe Garibaldi.
Em 1836, os farroupilhas declararam a independência da República Rio-Grandense e, no ano seguinte, o líder conseguiu fugir da prisão, com a ajuda de liberais baianos – tinha sido transferido para Bahia, após tentativa de fuga no Rio -, e voltou para o seu estado natal, onde foi aclamado presidente. Permaneceu no cargo até 1845, ano em que os revoltosos foram derrotados na chamada Batalha de Poncho Verde, pelo Conde de Caxias e, em troca da anistia, se renderam. Bento (1788-1847) morreu dois anos depois, de inflamação nos pulmões, na cidade de Pedras Brancas. Deixou a viúva Caetana Garcia e oito filhos.