‘Dom Pedro II sentiu a ausência do pai até a morte e perseguiu a imagem dele a vida toda’, afirma o biógrafo Paulo Rezzutti

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A imagem que conhecemos de Dom Pedro II é de um senhor de fartas barbas brancas, que aparenta ter pouco mais de seis décadas de vida. Mas foi com apenas 5 anos de idade que ele se viu sozinho, quando o pai, Dom Pedro I, foi embora do Brasil e deixou com ele a responsabilidade de comandar aquela que seria uma das maiores nações do mundo. A falta materna – Leopoldina morreu quando ele ainda era um bebê – e do pai calou fundo durante toda sua vida. “Ele fez questão de visitar todos os lugares do Brasil por onde o pai passou, de saber de primeira mão de pessoas que conviveram com Dom Pedro I como ele era, e não só no Brasil, também em Portugal. Ele busca construir essa imagem paterna, inclusive visitando onde ele morreu”, afirma o seu biógrafo, Paulo Rezzutti.

O escritor, que também traçou a história de Dom Pedro I – com a qual ganhou o prêmio Jabuti em 2016 – e da Imperatriz Leopoldina, afirma que a falta paterna refletiu em toda sua história. Por isso, fez de tudo para seguir as recomendações que recebeu do pai pelas cartas: estudar muito, ser o melhor funcionário público e seguir as regras da monarquia. Também fugiu do estereótipo de mulherengo, embora também fosse. “Pedro II, por causa dos escândalos do pai, é criado para ser a antítese dele, apesar de não ser. Se reveste de uma camada de personagem que é o imperador do Brasil, que é exemplar”, completa. 

Em entrevista à Agenda Bonifácio, Rezzutti analisa a personalidade de pai e filho, os avanços que Dom Pedro II trouxe para o Brasil e como o exílio dele acabou com a história de uma monarquia que comandou por quase quatro séculos o país. Confira, a seguir, a entrevista completa: 

Você já fez biografia de grandes nomes da história do Brasil. Como surgiu o interesse nessas personalidades?

Sou formado em arquitetura, não tenho formação acadêmica em história. Mas meu interesse na história do Brasil é antigo, anterior à arquitetura, que acabou me levando a esses personagens, principalmente do Primeiro Reinado, porque tive de fazer um trabalho de conclusão de curso a respeito de preservação de patrimônio histórico. E, na época, estava sendo reinaugurado o Solar da Marquesa de Santos, sede do Museu da Cidade de São Paulo. E fiquei impressionado com a história da dona, porque na minha cabeça, tenho 50 anos, nasci no sesquicentenário da independência, a Marquesa era a Maitê Proença numa minissérie da extinta TV Manchete. E tudo dentro daquela referência que eu tinha se passava no Rio de Janeiro, ela como amante do Dom Pedro I. De repente encontro outra visão dessa mulher, já após a separação, em São Paulo, por meio dessa residência que ela vai comprar em 1834 e onde falece, em 3 de novembro de 1867. Tive essa aproximação com essa personagem que me levou aos outros. Em 2011 publiquei 94 cartas inéditas que descobri de Dom Pedro para ela, que estão na Hispanic Society of America, em Nova York. Publiquei o primeiro, Titília e o Demonão, e em 2013, após participar da exumação do Dom Pedro, da imperatriz Leopoldina e da imperatriz Amélia, como consultor, inclusive vinculado ao Museu da Cidade, lancei a primeira biografia que foi a da Marquesa. E uma foi levando à outra. Veio a de Dom Pedro I, em 2015, que foi Prêmio Jabuti em 2016. Nos 200 anos da chegada da futura imperatriz Leopoldina no Brasil lancei a biografia dela, com material inédito e em 2019 lancei a de Dom Pedro II. E no meio de tudo isso publiquei Mulheres do Brasil – A História não Contada, devido justamente a essas descobertas dessas duas figuras femininas. Marquesa foi muito além de amante e Leopoldina muito além de esposa sofrida e mãe. Comecei a perceber o quanto o papel das mulheres de nossa história foi diminuído. 

Qual dessas personalidades biografadas mais te surpreendeu?

Todas (risos). Acho que não teve nenhum que não me deixou surpreso, ainda bem, porque assim não teria descoberto nada de novo. Mas acho que de todas as minhas biografias guardo um especial interesse por Dom Pedro I e Leopoldina. Ela mais ainda por essa questão que foi uma breve vida, assim como a dele, que morreu com 36 anos, e ela com 29, depois de participar do processo da independência. Ela tem essa coisa da mulher apagada e foi mais interessante descobrir toda essa parte e trazer para os leitores, da contribuição dela à independência do Brasil. 

Até por conta do bicentenário da independência, o Dom Pedro, por motivos óbvios, foi uma das personalidades mais discutidas nos últimos meses, teve a questão do coração, tudo o que envolveu as comemorações. Recentemente teve o filme da Laís Bodanzky, que discutiu esse retorno dele para Portugal, todo peso psicológico que carregou por ter de deixar o país. Qual foi o real papel de Dom Pedro nessa independência e como você o definiria?

Lancei a biografia dele em 2015 e até hoje tento defini-lo. É muito mais fácil definir o filho do que o pai. Dom Pedro I é quase uma força da natureza. Ele não tem limite, não tem pudor, nada que o refreie. A única coisa que o freia é a morte. E ele me fisga por causa disso, porque é vivo. É uma pessoa que a gente vê em todos os momentos, com os erros, tentativas de acerto, e isso o torna humano. A gente tira essa figura do pedestal e não fica louvando a estátua. A gente vê a pessoa de carne e osso e nos aproxima. Temos defeitos e qualidades como essas pessoas que governaram o Brasil. Ele foi um líder de primeiro momento, onde essas elites que estão procurando uma autonomia no Brasil vão buscar um chefe, líder, que vai aglutinar essas diversas forças. Temos uma independência diferente das outras que ocorreram na América Latina, onde tentativas de Saint Martin, (Simón) Bolívar, não se sustentam na tentativa de se manter a unidade do que foi anteriormente as províncias espanholas na América. Enquanto que no Brasil temos a figura dele que aglutina em volta de si toda essa carga que a monarquia durante 300 anos no Brasil havia impregnado. A gente festejou o nascimento dele em Portugal em 1798, depois vai ter a chegada, o casamento dele, toda uma construção dessa imagem no imaginário da população brasileira que ajuda na aglutinação das forças em torno de um líder, por mais que seja português. Veste a ideia dessa liberdade com ele como condutor disso. 

O Dom Pedro I, por não ter tido muito estudo, até uma coisa que o incomodava em relação a Leopoldina, quando teve o Dom Pedro II queria que ele fosse um estudioso. E o filho é um dos seus biografados também. Como essa questão do pai calou no filho, principalmente na questão dos estudos?

Calou muito forte. Primeiro tem a questão da ausência do pai. Com 5 anos de idade ele acorda na manhã do 8 de abril e descobre que o pai não está mais no Rio, está ancorado na Baía de Guanabara e em alguns dias vai partir para exílio na Europa. Ele vai sentir essa ausência do pai até a morte, vai perseguir essa imagem de Dom Pedro I enquanto for vivo. Faz questão de visitar todos os lugares do Brasil por onde o pai passou, de saber de primeira mão de pessoas que conviveram com o pai, como ele era, e não só no Brasil, também em Portugal. Lá é recebido por pessoas que estiveram junto com Dom Pedro I na libertação das forças absolutistas durante a Guerra Liberal de 1832 a 1834. Ele vai buscar construir essa imagem do pai, vai visitar onde ele morreu. Entre 1831 até 1834 – quando Dom Pedro morre no Palácio de Queluz – eles trocam cartas e os escritos dele para o filho estão sempre insistindo na questão da educação. Não é só para o II essa questão, ele bate firme com a filha para qual dá o trono de Portugal, a Maria da Glória, que nasceu no Rio, e também para os bastardos. A Duquesa de Goiás, filha com a Marquesa, também, ele sempre bate nessa tecla. Tem uma carta muito interessante que ele sintetiza bem esse pensamento, em que fala que ‘já passou a época de que o povo aguenta patranhas, e que já era para ter conhecimento. Que passava-se o tempo que o lugar da pessoa na sociedade estava determinado pelo nascimento. Era pelo conhecimento’. Por isso, queria que os filhos soubessem de tudo um pouco. Tem cartas para Maria II que ele evolui nesta ideia: ‘não precisa saber tudo, mas tem de conhecer o suficiente para entender se o seu ministro está cumprindo com o que tem de ser feito’. E Dom Pedro II, por causa da orfandade desde cedo, vai carregar essa obrigação do estudo, que acaba virando um deleite dele, para o resto da vida. Mesmo pequeno tinham de ficar espertos para ver se ele não estava com uma vela acesa, porque ao invés de dormir ficava estudando. Dom Pedro I não tinha tanta instrução quanto a Leopoldina, que nasce dentro do absolutismo, mas é criada como se fosse uma obrigação dela se doar para determinadas tarefas, execução de trabalhos, que devem ser feitos por alguém da categoria dela. Só para citar um exemplo, quando ela chega na Bahia em 1826, Dom Pedro I está com calor, quer ir para igreja, para Missa de Ação de Graças, e ela na maior paciência vai dando a mão às pessoas para beijarem, porque ela sabe a posição dela. Por que ela não deu escândalo a respeito da Marquesa de Santos? Porque sabia que estava todo mundo olhando para ela, então tinha de ignorar completamente as falhas de caráter do marido. Qualquer escândalo que fizesse acabava depondo contra a coroa, a instituição. E Dom Pedro II, por causa dos escândalos do pai, é criado para ser a antítese dele, apesar de não ser. Se reveste de uma camada de personagem que é o imperador do Brasil, que é exemplar. É o primeiro funcionário público, o que mais estuda os problemas brasileiros e vai querer conhecer o Brasil. Navega pelo Rio São Francisco, chega até a cachoeira de Paulo Afonso e já na época se pensava na transposição. Vai visitar salinas, pensa em tudo que pode ser melhorado, e não só voltado para questões da tecnologia, como trazer para cá o telégrafo e o telefone, mas também voltar-se para o passado. Contrata pessoas na Europa para que resgatem parte da história do Brasil. A questão do Brasil holandês vem no governo dele. Esse estudo do que era o país e no que ele pode ser transformado, antenado a todas as novidades tecnológicas, é uma coisa que vai fazer questão de manter. Por outro lado, era tão mulherengo como o pai, só que mais discreto. Ele foi ensinado para que isso não manchasse a dignidade imperial. Mas, nos bastidores, tem várias cartas trocadas com amantes, pessoas na corte que comentavam, mas muito mais discretas. 

No início, José Bonifácio foi tutor dele e das irmãs. Ele influenciou em algo na formação de Pedro II?

Dom Pedro I deixou para ele arcar com a questão de ser tutor das crianças, responsável legal. Ele que dava os ditames educacionais, que não fugia muito do que Dom Pedro tinha inserido anteriormente. Não se tem informações do quanto foi impactante a questão da tutoria, porque ela foi manchada, marcada, por questões políticas. Bonifácio e os Andrada estavam querendo retorno do Dom Pedro, estavam brigando contra a regência, contra Padre Feijó, e na própria corte, ele faz uma limpa dentro do palácio, mandou um monte de gente embora. Depois tem uma revolta, um monte de acusações que fazem Bonifácio ser preso e mandado para fora do palácio. É muito tumultuado tudo isso e uma passagem efêmera pela vida do Pedro II. 

Você falou de diversos avanços que Dom Pedro II trouxe para o Brasil. Que impacto que ele teve na cultura brasileira na época que reflete até hoje?

Você tem toda a questão das belas artes, que boa parte foi patrocinada por ele. Mandava pessoas que ele via com especial interesse para fora do país para estudar, muitas vezes não dependendo de verbas estatais, e ele pagava pensionistas do próprio bolso. Com a ajuda dada por ele, muitas coisas que Dom Pedro pedia, Carlos fazia na hora. Por exemplo, é dele uma peça musical que foi tocada nos cem anos da independência dos Estados Unidos. Teve uma grande exposição universal lá, em 1876, e Dom Pedro vai para lá, é o único monarca a prestigiar a independência de um país republicano. Ele pediu para Carlos Gomes fazer a composição, super bem recebida nos Estados Unidos. Ele tenta mostrar ao mundo o que o músico brasileiro era capaz de fazer. Também tem a questão da literatura. Ficou por trás do movimento romântico indigenista, por exemplo. São marcas que percebemos ainda hoje. Ele procura saber de quadros feitos por aqueles que conheceram o Brasil no início, e manda fazer cópias e trazer para o Museu Histórico Geográfico Brasileiro. Quando viajava, tentava buscar o que tem de mais interessante para trazer para cá, por meio de cópias de estátuas greco-romanas. Elas estão todas no Museu Nacional de Belas Artes. A gente vê a marca dele em outras coisas também: a questão da febre amarela e outras epidemias que grassavam no Rio de Janeiro, ele tenta trazer o Pasteur para cá, para estudar as epidemias. Cria o Instituto de Surdos Mudos, para adequação dessas pessoas que nasceram assim, para inseri-las no dia a dia e tivessem uma vida normal. Aí ele conhece Graham Bell, que além da questão do telefone, era da família que estudava como adaptar essas pessoas com deficiência dentro da sociedade. Estava sempre antenado a tudo.

Essa escola a que você se refere é a que virou Benjamin Constant no Rio? E por falar nele, este foi um dos líderes do golpe republicano. Como isso impactou Dom Pedro? Tem até a história de que ele teria levado a terra do Brasil para quando fosse enterrado…

Benjamin Constant era professor dos netos do Dom Pedro II, isso era uma coisa interessante nele. Como imperador se via na obrigação de ser apartidário. Ele não tinha sede de poder, igual o pai. Tanto que o I abdica duas coroas e recusa outras duas – Grécia e Espanha. Dom Pedro II, por ser apartidário, vai tratar de igual modo todos os brasileiros, inclusive os que não são monarquistas. Então ele chega a ter dentro de gabinetes ministros que não eram monarquistas. Desobriga os deputados da corte, que iam tomar posse no Rio e eram republicanos, a jurarem fidelidade ao imperador. É uma coisa que não dá para imaginar hoje um líder brasileiro sendo tão pró-Brasil e menos personalista do que ele foi. Ele permitia que um republicano ensinasse matemática para os netos dele. No caso do 15 de novembro tem uma quebra social,  um golpe militar, patrocinado por essas elites descontentes que não sustentam mais a monarquia, porque há um descompasso entre todos após a abolição da escravatura. A monarquia não dá uma resposta também a essa nova elite urbana que está nascendo e a sua provável ascensão a postos de comando que possam satisfazê-las. Por conta dessa dificuldade de lidar com todos esses novos personagens, a monarquia acaba caindo de uma maneira bem rápida. É o golpe dado no Rio de Janeiro, esperto, porque embarcam Dom Pedro e família à força para o exílio na madrugada do dia 17, antes mesmo que outras províncias brasileiras tivessem noção do que aconteceu. Quando algumas delas, por exemplo, Bahia e São Paulo, querem esboçar uma reação contrária a esse golpe no Rio, descobrem que Dom Pedro nem está mais no Brasil. Ele vai com coração partido. Dom Pedro durante todo o período do 15 de novembro a 17, estava preso no Paço Imperial, só que várias pessoas sabiam que havia uma passagem entre o paço, onde hoje é atualmente o Museu Histórico Nacional, perto do Aeroporto Santos Dumont, e ela estava liberada. Conde D´Eu, Taunay, pensaram de todo mundo escapar por lá, irem a Petrópolis e seguirem para Minas Gerais, se internando para dentro do país até conseguir levantar um movimento que sufocasse essa rebelião no Rio. Teve quem quisesse que ele embarcasse em um navio chileno, onde tinha tido o Baile da Ilha Fiscal. Eles oferecem asilo para ele, que não aceitou, nem o outro plano, da passagem secreta, porque ele achava que não vale o esforço de ver brasileiros morrendo por causa dele. Era da ideia de que ‘quem não quer não me merece’. Parte do mesmo ponto que Pedro I, que poderia ter reagido quando teve de se exilar, mas não quis ficar no poder a custa da morte de brasileiros. Embarca para o exílio de maneira atroz, e sempre com uma grande dor de ter deixado o Brasil. Essa dor aumenta quando está na cidade do Porto, em dezembro, e sabe que o exílio, que poderia ser passageiro, acaba virando banimento. A república brasileira bane ele por várias razões. Ela tinha proposto um acordo para indenizá-lo pela perda do trono, mas ele acha isso absurdo, porque  só queria o que era dele. E manda recusar isso ainda quando está no Atlântico. O que acontece? Cai aqui como se Dom Pedro II não reconhecesse a República brasileira como proprietária do país. Eles entendem que ele vai declarar guerra, não vai reconhecê-la, e se antecipam, fazendo a tal da lei do banimento. A família real chega primeiro a Lisboa, onde participam de cerimônias. Depois vão para Porto, de onde seguem viagem para Espanha e depois para França. No Porto recebe a notícia do banimento e  isso causa um impacto tão grande na Teresa Cristina que ela morre um dia depois do recebimento da carta. A frase que teria dito: ‘Brasil terra linda, para lá não posso mais voltar. Por que estão tratando a gente assim?’. E eles saíram daqui sem dinheiro nenhum. Quem paga o enterro dela são os portugueses que fizeram fortuna e os brasileiros que estavam lá. É um impacto muito grande e ele vai arrastar essa dor para o resto da vida – morre em 1891. Tem muitos diários dele que descreve sonhar com Petrópolis. É muito triste todos esses dias finais dele no exílio.

Ele foi injustiçado?

Foi. É certo também que seria muito complicado a república conseguir se edificar tendo ele aqui. Você não tem nenhum caso de família real que tem uma revolução e ela continua no local, geralmente há esse afastamento. Depois da Constituição não era mais preciso deixá-lo fora do Brasil. O afastamento inicial era necessário, mas do mesmo jeito que após a constituição todos os políticos que tinham sido exilados – Visconde de Ouro Preto, presidente do Conselho de Ministro, outros ex-ministros – e após elas podem retornar, ele não. E ele acaba morrendo no exílio. Tem essa questão da almofada (com a qual foi enterrado), que não foi ele que levou. Mesmo fora do Brasil, todos querem vê-lo, então é visitado por vários diplomatas que perguntam a ele o que fazer e são aconselhados a continuarem trabalhando no Brasil, independente do governo. Uma dessas visitas é de um engenheiro, que teria levado vários tipos de terra e Dom Pedro II teria deixado dentro do travesseiro, dizendo que queria ser sepultado com ele.

Acredita que o Brasil é, de fato, um país independente? 

Independente em termos. Claro, a gente não pertence mais a Portugal, foi esse o objetivo na época, além também da ideia da construção de um país, o que não éramos em 1822. A nação começou a ser forjada aí. Neste processo, os paulistas, os mineiros, os fluminenses, os baianos, outras nacionalidades que compunham cada província acabaram virando um amálgama só. Ainda como nação a gente está caminhando. Como independente somos, mas ainda falta essa nação ser mais unida. Tem outras dependências estrangeiras que ainda faltam resolvermos.

(Miriam Gimenes/Agenda Bonifácio)

Publicada em 30 de novembro de 2022

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