Símbolo da monarquia brasileira, coroa de D. Pedro II pesa 2 quilos

O Brasil independente viveu 67 anos sob regime monárquico, até a Proclamação da República, em 1889. Símbolo máximo do poder real, a coroa do segundo e último imperador do Brasil, D. Pedro II (1825-1891), manteve a tradição de luxo, requinte e simbologia que sempre marcou as casas reais ao longo da história. D. Pedro II, que ficou 48 anos no trono, demorou 9 anos até ser coroado. Isso porque ele se tornou imperador com apenas 5 anos de idade, quando seu pai, D. Pedro I (1798-1834), abdicou do trono brasileiro e seguiu para a Europa. O país foi governado por três regências até a decretação da maioridade de D. Pedro II, aos 14 anos. Por isso, havia muito expectativa quanto à coroação do jovem imperador, já com 15 anos de idade, ocorrida em 18 de julho de 1841, com festividades que duraram nove dias. Sua coroa foi confeccionada pelo ourives Carlos Marin, que reciclou várias joias da coroa de D. Pedro I e da família imperial brasileira. Pesa cerca de dois quilos, com ouro 22 quilates, 639 brilhantes e 77 pérolas. Decoram a peça oito escudos, que estampam armas imperiais, ramos de café, tabaco e florões. Com a Proclamação da República, a princesa Isabel foi impedida de herdar as joias do império, entre elas a Coroa Imperial – o que gerou um longo processo aberto na Justiça pelos herdeiros da família imperial contra a União, encerrado em 1930, com vitória dos descendentes de D. Pedro II. O governo teve de indenizá-los com o equivalente de hoje de 17 milhões de reais. A família decidiu não retomar a Coroa Imperial, que estava sendo guardada no Tesouro Nacional. Em 1935, por meio da lei nº 25, de 14 de fevereiro, a Coroa Imperial passou a ser propriedade do Estado brasileiro. Em 1943, foi transferida para o Museu Imperial, em Petrópolis (RJ), onde até hoje está em exposição.