Semente contrabandeada das Ilhas Maurício deu origem às palmeiras imperiais do Jardim Botânico do Rio

Consideradas um dos cartões postais do Rio de Janeiro, as palmeiras imperiais do Jardim Botânico têm uma história que se confunde com a chegada da família real ao Brasil, em 1808. O primeiro exemplar, uma Roystonea Oleracea, foi plantada pelo então príncipe regente, D. João, em 1809. Também conhecida como Palma Mater, a espécie é originária das Antilhas. Teria sido aclimatada pelos franceses no jardim botânico La Gabrielle, instalado na Guiana Francesa, e depois transportada para o Jardim de Pamplemousse, nas Ilhas Maurício. Foi do jardim francês no arquipélago do Oceano Índico que o oficial da Armada Real Luís Vieira e Silva retirou clandestinamente a semente da palmeira, contrabandeada para o Brasil e dada de presente para o príncipe regente quando o oficial desembarcou no Rio. Foi deste primeiro exemplar que descendem as palmeiras imperiais plantadas pelo país. A semente contrabandeada floresceu pela primeira vez em 1829. O plantio de outras mudas na aleia principal do Jardim Botânico só ocorreu em 1842. No entanto, a primeira palmeira, de 38 metros de altura, foi destruída por um raio em 1972. O tronco foi preservado e encontra-se em exposição no Museu Botânico. Em seu lugar, foi plantado outro exemplar, simbolicamente chamado de Palma Filia, oriunda de uma semente da palmeira original. Os 140 exemplares da espécie estão enfileirados até hoje, numa extensão de 740 metros. O Jardim Botânico abriga mais de nove mil espécies de todo o mundo. Entre os destaques estão o Jardim Japonês e o Jardim Sensorial, com flores aromáticas, além da principal biblioteca de botânica do país, com cerca de 32 mil volumes.